A História do Serviço Social: Origem, Evolução e o Movimento de Reconceituação
- Danielle Vidal de Aguiar
- há 6 dias
- 3 min de leitura

O Serviço Social é uma profissão que carrega uma trajetória marcada por lutas sociais, transformações políticas e mudanças de paradigmas. Compreender a história do Serviço Social é fundamental para quem atua na área ou se interessa pelas questões sociais, pois permite enxergar como as práticas profissionais se moldaram ao longo do tempo e continuam evoluindo.
Neste artigo, você vai entender a origem do Serviço Social, sua evolução no Brasil e no mundo, e a importância do movimento de reconceituação para o fortalecimento da profissão.
Origem do Serviço Social
O Serviço Social surgiu no início do século XX, em meio a um contexto de intensas transformações sociais provocadas pela Revolução Industrial. A urbanização acelerada, o crescimento das desigualdades e a precarização das condições de vida dos trabalhadores exigiram novas formas de intervenção social.
O Serviço Social surgiu no final do século XIX, em um contexto de intensas transformações sociais provocadas pela Revolução Industrial. A urbanização acelerada, a exploração dos trabalhadores e a pobreza extrema demandavam ações organizadas para amenizar os conflitos sociais.
Na Europa e nos Estados Unidos, as primeiras iniciativas de assistência social eram vinculadas à caridade religiosa e à filantropia. Organizações como as Sociedades de Organização da Caridade (COS), na Inglaterra, buscavam sistematizar a ajuda aos mais pobres.
O Serviço Social como profissão
A profissionalização do Serviço Social aconteceu a partir das décadas de 1920 e 1930, com a criação das primeiras escolas de Serviço Social na Europa e nas Américas. No Brasil, a primeira escola foi fundada em 1936, no Rio de Janeiro, sob forte influência do pensamento católico-conservador da época.
Evolução histórica do Serviço Social no Brasil
A história do Serviço Social brasileiro pode ser dividida em três grandes fases:
1. Fase Tradicional (1930–1960)
Nessa fase, o Serviço Social era fortemente vinculado à doutrina cristã e voltado para ações moralizantes. O assistente social era visto como um "mediador" entre o indivíduo e as normas sociais, com foco em adaptar o sujeito à sociedade.
2. Movimento de Reconceituação (década de 1960 em diante)
O movimento de reconceituação marcou uma profunda transformação na profissão. Influenciado por correntes críticas do pensamento social latino-americano, especialmente o marxismo, os profissionais começaram a repensar o papel do Serviço Social na sociedade.
A reconceituação propôs romper com a prática assistencialista e conservadora, defendendo uma atuação crítica, comprometida com os direitos sociais e com a transformação da realidade. A profissão passou a se orientar pelo entendimento das questões sociais como expressão das contradições do sistema capitalista.
Palavras-chave importantes como "prática crítica", "emancipação social" e "compromisso ético-político" passam a guiar o novo projeto profissional.
3. Consolidação do projeto ético-político (anos 1980 até hoje)
A partir da década de 1980, o Serviço Social no Brasil consolida seu projeto ético-político, com base na democracia, justiça social, defesa dos direitos humanos e da cidadania. Esse projeto se fortaleceu com a Constituição de 1988 e as políticas públicas voltadas para o combate às desigualdades.
Importância do Movimento de Reconceituação
O movimento de reconceituação foi essencial para reposicionar o Serviço Social como uma profissão comprometida com as lutas sociais. Ele contribuiu para:
Superar a visão assistencialista;
Desenvolver uma prática profissional com base teórica sólida;
Ampliar o campo de atuação para além da caridade, promovendo direitos;
Dar protagonismo aos usuários das políticas públicas;
Inserir o Serviço Social no debate sobre democracia e cidadania.
Hoje, os assistentes sociais atuam em diversas áreas como saúde, educação, previdência, habitação e justiça, sempre com foco na garantia de direitos e na transformação social.
Conclusão
A história do Serviço Social é marcada por um constante processo de transformação e amadurecimento. Do modelo filantrópico ao projeto ético-político, a profissão se fortaleceu como uma ferramenta essencial para a promoção da justiça social no Brasil e no mundo.
Entender esse percurso é fundamental para valorizar a atuação dos assistentes sociais e o impacto que suas ações têm na vida de milhões de pessoas. E o movimento de reconceituação segue sendo um marco incontornável para quem deseja compreender e praticar um Serviço Social crítico e emancipador.
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