O Mito da Caverna, também conhecido como Alegoria da Caverna, foi escrito por Platão, um dos mais importantes pensadores da história da Filosofia. "O diálogo travado entre Sócrates, personagem principal, e Glauco, seu interlocutor, visa a apresentar ao leitor a teoria platônica sobre o conhecimento da verdade e a necessidade de que o governante da cidade tenha acesso a esse conhecimento."
Platão descreve que alguns homens, desde a infância, geração após geração, se encontram aprisionados em uma caverna. Nesse lugar, não conseguem se mover em virtude das correntes que os mantém imobilizados. "Homens passam ante a fogueira, fazem gestos e passam objetos, formando sombras que, de maneira distorcida, são todo o conhecimento que os prisioneiros tinham do mundo. Aquela parede da caverna, aquelas sombras e os ecos dos sons que as pessoas de cima produziam era o mundo restrito dos prisioneiros."
Certo dia, um dos prisioneiros consegue se libertar das correntes que o aprisionava. Com muita dificuldade, ele busca a saída da caverna. No entanto, a luz da fogueira, bem como a do exterior da caverna, agridem os seus olhos, já que ele nunca tinha visto a luz.
Na Alegoria da Caverna, Platão faz uma crítica sobre a importância da busca pelo conhecimento e o abandono da posição cômoda gerara pelas aparências e pelos costumes.
As sombras simbolizam as aparências, tudo aquilo que é falso ou que são meras imitações daquilo que é, de fato, real. É o mundo das aparências no qual as pessoas estão acostumadas a viver.
"Platão está dispondo, hierarquicamente, os graus de conhecimento com essa metáfora e falando que existe um modo de conhecer, de saber, que é o mais adequado para se pensar em um governante capaz de fazer política com sabedoria e justiça."
"Os escravos presos no interior da caverna não percebem que são prisioneiros, assim como as pessoas que estão presas na mídia, nas redes sociais e no mar de informações, muitas vezes desinformantes, da internet, não percebem que são enganadas."
"Vivemos na época do predomínio da opinião rasa, do conhecimento superficial, da informação inútil e da prisão cotidiana que arrasta as pessoas, cada vez mais, para a caverna da ignorância.
Nessa metáfora, as correntes representam o senso comum e a opinião (os pré-conceitos) que aprisionam os indivíduos e os impede de buscar o conhecimento verdadeiro e com que vivam em um mundo de sombras.
O que podemos retirar do Mito da Caverna sendo Assistente Social nos dias de hoje? Nas nossas ações cotidianas de atendimento, reuniões, visitas domiciliares e relatórios com pareceres técnicos, devemos nos retirar de preconceitos e aparências, ir além do aparente, dos discursos da mídia comprada e buscar sempre lembrar do nosso compromisso Ético político da profissão.
Um exemplo, é na visita domiciliar no qual devemos agir com maior respeito desde a marcação da visita com a família, até a concessão do benefício ou a elaboração do relatório. Já presenciei técnico realizando juízo de valor depois de uma visita de verificação de denúncia do Programa Bolsa Família, no qual foi erroneamente visto que a família tinha um aparelho de som na sala que a mesma não era perfil para o recebimento do benefício. Ou quando se realiza um atendimento e é visto que a pessoa atendida está "com boa aparência" e bem vestida. Como se uma pessoa em vulnerabilidade social e risco social não pudesse ter bens materiais ou ter "boa aparência". TEMOS QUE IR ALÉM DOS QUE NOS É POSTO NO PRIMEIRO MOMENTO.
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